Essa nossa vida maldita é um monstro cruel. Frequentemente ela não se satisfaz em apenas cagar em cima dos nossos sonhos infantis e expectativas para o futuro — às vezes o que acontece é a completa destruição do nosso espírito, tamanhas são as desgraças que ela joga em nossa direção.
Se serve como consolo, nem nossos ídolos estão a salvo das intempéries da vida. Aliás, como veremos neste texto, alguns personagens clássicos dos nossos anos de juventude sofreram destinos que fará a sua recente demissão ou o chifre que sua mulher te passou parecer bem tranquilo em comparação.
(Spoiler: sua mulher está te chifrando, rapaz)
1) A Ranger Amarela morreu num acidente de carro
Ahhh, pobre Trini… Alguém com um histórico tão importante (essencialmente ela foi o estopim para que muitos futuros otakus fetichizassem mulheres asiáticas) merecia uma sina melhor.
A Trini — cujo nome real é Thuy Trang mas você morreria sem saber isso então vamos chamar de Trini mesmo — era a segunda muié mais gostosa de Alameda dos Anjos (todos sabemos que a Kimberly era mais tesuda, favor nem tentar discutir isso nos comentários, volte a assistir seus narutos se discorda).
Se bem que, considerando que praticamente o seriado inteiro só tinha duas mulheres, ser a segunda mais gostosa também significa dizer que ela era simultaneamente a mais feia.
Olha que a Rita dava um caldo até
A Trini morreu em setembro de 2001, num violento acidente de carro. Essencialmente, tava a Power Ranger e as minas dela num carro voltando da casa de uma outra, quando a motorista perdeu o controle do carro e este decidiu enfiar-se numa rocha na lateral da estrada. A chibatada foi tamanha que quem não morreu saiu voando do carro e ficou paraplégica.
2) O Cybercop verde se matou
Obrigado, Dam
Se você foi vítima de uma infância sem
Cybercops, faça um favor a você mesmo: dirija-se ao prédio mais alto da sua vizinhança, suborne o porteiro para que este o permita subir até a cobertura, e em seguida permita que a gravidade pinte um quadro de arte moderna na calçada com suas entranhas.
Tipo isso, mas com mais pâncreas.
Cybercops foi a maior contribuição japonesa para a comunidade mundial, depois da mitologia ninja e do Playstation 2. Este fenomenal seriado dos anos 80 — passou no Brasil nos 90; como tudo que é bom, Cybercops chegou aí embaixo atrasado — era um misto de Robocop com Power Rangers, com vilões sinistros (um deles se chamava literalmente LÚCIFER), uniformes incrivelmente sensacionais, uma subtrama envolvendo viagem no tempo e uma abertura com
explosões tão gratuitas que fariam o Michael Bay repensar sua carreira.
O Shogo Shiotani, conhecido por nós vencedores como CYBERCOP VERDE, passou anos tentando emplacar um remake da série. Completamente sem grana e sendo rejeitado em todas as produtoras televisivas, o ator decidiu que este mundo não merecia mais falar com ele e/ou seu anjo, e tirou a própria vida.
Na maioria dos casos é prudente considerar tudo que a Wikipédia em português diz como o equivalente acadêmico daquele garoto da escola que jurava que tinha um tio que trabalhava na Nintendo, mas o perfil do IMDB do cara é composto de apenas duas linhas, então fica complicado decidir a quem dar credibilidade.
Vamos então tirar a média aritmética e dizer que o Cybercop verde se jogou de um prédio E deu um tiro na cabeça durante a queda.
3) O Etevaldo morreu de AIDS
A turminha mais jovem talvez olhe pra esta fotografia e ache que se trata de um cover da Lady Gaga. Obviamente, sua infância é completamente lamentável.
O Etevaldo (vivido pelo ator Wagner Bello) era um extraterrestre ultra-colorido que aparecia de vez em quando no Castelo Ra Tim Bum, porque gato falante e ratinho de massa de modelar que ensina a escovar os dentes não era surreal o bastante.
O pobre Etevaldo morreu em 1994, pouco tempo após descobrir que tinha AIDS, e ainda durante a produção do programa. Se você sempre se perguntava por que o Etevaldo foi substituido subitamente pela
ainda mais estranha Etcetera, sua suposta irmã, a resposta é provavelmente “sexo desprotegido”.
Sim, eu sei que não há nenhum relato oficial que diga que o cara contraiu o vírus HIV por intermédio de uma piroca sem capa (seja a sua ou de um outro). Acontece que eu sou uma criança dos anos 80, e não seria a primeira vez que eu presenciei a morte aidética de um personagem conhecido por seus trejeitos efeminados de programa televisivo infantil.
NEVER FORGET
4) A dubladora de South Park se suicidou
Você conhece a mãe do Cartman, né?
Não? Que tal a Batgirl? Também não? Branca de Neve, nada? Gwen Stacy? Daphne, do Scoobie Doo? Lembra ao menos da mãe do Quasímodo, naquele filme da Disney? E a Doutora Blight, do Capitão Planeta (ela era a vilã gostosa)? Não lembra de nenhum desses?
Bom, você é um merda então. A Mary Kay Bergman, uma atriz americana, fez as vozes de todos esses personagens clássicos nos desenhos animados. O seu papel mais famoso era de Liane Cartman, mãe do gordinho boca suja. Na verdade, ela dublava TODAS as outras mulheres no programa, mas por algum motivo os fãs lembram mais da voz dela como a vagabunda Liane.
Por motivos de depressão bipolar, a mulher meteu uma bala na cachola em 1999. Nem tenho uma piadinha pra fazer em relação a isso, é triste mesmo.
5) O Predador morreu de AIDS
Vamos deixar uma coisa bastante clara, ok? Não há competição entre o Predador e o Xenomorfo (aka “alien” pra vocês leigos). Simplesmente não há.
O Predador é um bosta que se equivale de mil traquitanas tecnológicas pra matar os oponentes na pura crocodilagem e covardia. Até invisível este desgraçado fica e, como se a desonra do combate em óbvia vantagem armamentista já não fosse o suficiente, este COVARDE (imagine a intonação alborghetica da palavra) ainda é mau perdedor e explode uma mini bomba nuclear quando percebe que foi derrotado.
O equivalente intergalático do “se eu não posso brincar, ninguém pode mais então. Me dá minha bola”
O Alien, por outro lado, é uma pura máquina carnificínica de matar. Super rápido, forte, com dentes de metal, sangue ácido e aquela mini-boca sinistra, o Alien sai detonando geral sem auxílio de nenhum canhão no ombro nem nada disso. E olha que nem intelecto o bicho tem, é apenas completa e total agressividade assassina do jeitinho que Deus o criou.
Entretanto, não há como negar a importância do Predador no consciente coletivo. Apesar de ser um bucha (na moral, me dá essas porras todas dele e até EU mato o Jesse Ventura), a figura do personagem é icônica pra nós filhos dos anos 80.
Por isso é triste descobrir que Kevin Peter Hall, o ator que encarnou o vilão alienígena, morreu em 1991 de AIDS. Ele alegou que contraiu o vírus numa transfusão de sangue.
Eu já tou achando é que foi cupa do Etevaldo.